Pilates para idosos, PODE?
- Livia Auni

- 6 de jun. de 2018
- 5 min de leitura
Atualizado: 11 de jun. de 2018

A população brasileira passa por diferentes mudanças, assim como
transições demográficas e epidemiológicas. E essas mudanças vem trazendo para nossa realidade o aumento da incidência de doenças crônicas não transmissíveis e envelhecimento da população.
Quando falamos de envelhecimento devemos deixar bem claro a definição de duas palavras com significados totalmente diferentes: a SENESCÊNCIA e a SENILIDADE.
Conhecemos a senescência como o processo natural de envelhecimento ao nível celular ou o conjunto de fenômenos associados a este processo. Ou seja, é um processo que todos os indivíduos devem passar, de maneira normal e natural. Já a senilidade
é o processo patológico de envelhecimento. Caracterizado por um declínio gradual no funcionamento dos sistemas do corpo. Ou seja, é um envelhecimento com doenças e/ou limitações presentes, dificultando a qualidade de vida nessa fase da vida.
As perdas fisiológicas acompanham a senescência, incluindo redução na densidade mineral óssea, força muscular, flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória e redução de
equilíbrio estático e dinâmico. E essa redução é mais pronunciada em indivíduos sedentários e insuficientemente ativos.
Estudos trazem dados provando que idosos praticantes de atividade física regular demonstram maior independência e autonomia e muitas vezes são considerados saudáveis, mesmo na presença de doenças crônicas.
Uma alternativa à atividade física é o método Pilates. Este método foi desenvolvido por
Joseph Pilates na década de 1920 e é baseado em um conceito chamado contrologia, que significa controle consciente de todos os movimentos do corpo. Os movimentos podem ser realizados no chão com peso/resistência do próprio corpo, e com a ajuda de acessórios como a bola, halteres, pesos no tornozelo ou dispositivos específicos. Benefícios diretos podem envolver maior força e flexibilidade, fortalecimento e estabilidade do tronco, melhor postura e equilíbrio, aumento da auto-estima, prevenção e tratamento de dor muscular.
Considerando que o percentual de pessoas fisicamente inativas aumenta com o envelhecimento e que quase 40% das pessoas com 65 anos ou mais não praticam atividade física nos quatro contextos (lazer, trabalho, deslocamento e atividades domésticas), estratégias para aumentar o empoderamento e autonomia são formas importantes de mudar o modo de vida das pessoas, uma vez que o estilo de vida envolve um conjunto de atividades diárias habituais que são incorporadas em termos de atitudes, valores e oportunidades presentes nas vidas das pessoas.
O exercício físico regular é uma excelente estratégia para reduzir os efeitos negativos do processo de envelhecimento. Em um estudo realizado por Lacourt e Marini foi constatado que a força, resistência e potência muscular sofre diminuição significativa com o avanço da idade e essas perdas podem ser consideradas fatores que afetam a qualidade de vida, capacidade funcional e independência entre os idosos.
Os benefícios da atividade física regular na saúde durante o processo de envelhecimento incluem efeitos antropométricos, funcionais, neuromusculares, metabólicos, cognitivos e psicossociais, reduzindo quedas e efeitos terapêuticos e são efetivos no tratamento de diversas doenças crônicas.
Um estudo realizado, por Duarte, Sousa e Nunes, teve como objetivo demonstrar o efeito de círculos de conversa e aplicação do método Pilates na autonomia funcional e qualidade de vida de idosos no contexto da atenção primária à saúde da cidade de Taió, Santa Catarina, Brasil.
A amostra foi composta por 24 indivíduos distribuídos em 4 grupos de 6 indivíduos. Os critérios de inclusão foram pessoas com 60 anos ou mais auto-suficientes em necessidades humanas básicas. A duração total do estudo foi de 20 semanas com 20 ciclos de conversação e sessões de Pilates.
O estudo concluiu que foi possível aumentar os parâmetros de autonomia funcional e os níveis de qualidade de vida e reduzir o índice de massa corporal. Além disso os participantes melhoraram suas condições emocionais, harmonia corporal e mobilidade global.
Os círculos de conversa nessa população gerou um elo entre o desejo de viver com melhor qualidade de vida e as expectativas de que o governo poderia oferecer programas de saúde mais eficazes.
Um estudo, que corroborou com os resultados positivos do Pilates, foi realizado por Sabatini. A amostra foi composta de 40 mulheres idosas. Um grupo foi submetido ao método Pilates por 20 semanas uma vez por semana e o outro foi o grupo controle. Os resultados apresentaram melhora na qualidade de vida, com resultados positivos nas dimensões de capacidade funcional, aspectos físicos e emocionais, vitalidade, avaliação emocional e funcional e escore total final.
A maioria dos participantes relatou dor de fraca e média intensidade em diferentes partes do corpo, que diminuíram durante a intervenção. Eles também mencionaram maior disposição para realizar atividades diárias após a intervenção.
Idosos não podem fazer Pilates, eles DEVEM fazer.
A sua saúde merece atenção em todas as fases da vida.
Muitos estudos já comprovaram sua eficácia nessa fase madura da vida.
O método Pilates foca a qualidade do movimento, com exercícios de baixo impacto e podendo ser adaptado para qualquer idade.
Joseph Pilates costumava dizer:
"Se aos 30 anos você está sem flexibilidade e fora de forma, você é um velho. Se aos 60 anos você é flexível e forte, você é um jovem!
Entre em contato conosco e agende uma aula experimental. Vamos te apresentar o Método Pilates com muito prazer e esperamos que você faça parte da família Camel!
REFERÊNCIAS
DUARTE D. S., SOUSA C. A. , NUNES C. R. O. Effect of Pilates method and conversation circles on the health of older adults. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 30, n. 1, p. 39-48, Jan./Mar. 2017;
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. Área Técnica Saúde do Idoso. Brasília: Ministério da Saúde. 2010;
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília: Ministério da Saúde. 2006;
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Vigitel Brasil 2013: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico/ Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2014.
BIRD M.L., FELL J. Positive Long-Term Effects of Pilates Exercise on the Aged-Related Decline in Balance and Strength in Older, Community-Dwelling Men and Women. J Aging Phys Act 22(3):342-7. 2014;
GUIMARÃES A.C.A., AZEVEDO S.F., SIMAS J.P.N., MACHADO Z., JONCK V.T.F. Efeito do método Pilates na flexibilidade de idosos. Fisioter Mov. 27(2):181-8. 2014;
KOLYNIAK I.E.G.G., CAVALCANTI S.M.B., AOKI M.S. Avaliação isocinética da musculatura envolvida na flexão e extensão do tronco: efeito do método Pilates. Rev Bras Med Esporte 10(6):487-90. 2004;
OLIVEIRA L.C., HOSHINA C.S., FURLAN L.A., OLIVEIRA R.G., MARTINI F.A.N. O método Pilates no tratamento de espondilolistese traumática em L4-L5: estudo de caso. Fisioter Mov.;26(3):623-9. 2013;
SABATINI N.R. A influência do Método Pilates sobre a capacidade funcional, a qualidade de vida e a remodelação óssea em mulheres idosas [master´s thesis]. Botucatu, SP (Brazil): Faculdade de Medicina de Botucatu da Universidade Estadual Paulista; 2014. 115 p;
LACOURT M.X., MARINI L.L. Decréscimo da função muscular decorrente do envelhecimento e a influência na qualidade de vida do idoso: uma revisão de literatura. RBCEH. 2006;3(1):114-21.
MATSUDO S.M., MATSUDO V.K.R., MARIN R.V. Atividade física e envelhecimento saudável. Diagn Tratamento. 2008;13(3):142-7.




Comentários